Monólogo inspirado na vida de Frida Kahlo estreia no Rio; Confira!
Da Redação,
Do Contracenarte, Rio de Janeiro
“(…) ela é a imagem da conquista da adversidade, contra vento e maré, ela representa a quem é capaz de formar a sua vida e reinventar-se a si mesmo e viver plenamente… Frida Kahlo é neste sentido o símbolo da esperança, do poder, da capacidade de encher-nos de forças (…)” Carlos Fuentes, escritor
A partir do dia 25 de outubro próximo, o público poderá entrar em contato com fragmentos da história e do pensamento da pintora mexicana Frida Kahlo (1907–1954), com a estreia de “Frida Kahlo, a Deusa Tehuana”, espetáculo solo com direção de Luiz Antonio Rocha e atuação de Rose Germano. A dupla assina a dramaturgia da peça, que conta com música ao vivo executada pelo violonista Pedro Silveira, luz de Aurélio de Simoni, cenário e figurinos do artista plástico uruguaio Eduardo Albini, trilha sonora de Marcio Tinoco e direção de movimento do ator, diretor e dramaturgo ítalo-argentino Norberto Presta. A realização é de Espaço Cênico Produções Artísticas, e o patrocínio da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro / Secretaria Municipal de Cultura.
“Frida Kahlo, a Deusa Tehuana” é um monólogo não biográfico livremente inspirado no diário e na obra da pintora. Um retrato da artista que estabeleceu um diálogo entre vida e obra, reverenciando a cultura mexicana com seus traços, trajes e sua maneira singular de ser.
Alguns artistas ultrapassaram a popularidade adquirida com seu trabalho e tornaram-se sua melhor arte. Frida Kahlo pintou sua própria face um sem número de vezes no corpo de uma obra intensamente auto-referencializada. Teatralizou a sua própria existência. Foi a expressão maior de luta e superação, mesmo trazendo consigo as maiores dores — físicas e existenciais. No lugar do luto, vestiu-se de cores. Ao desconstruir o “mito Frida” e revelar sentimentos de uma mulher que carregou em si tantas dores, a peça procura falar da importância de reinventar eternamente o espaço que ocupamos no mundo. Da necessidade de refletir sobre o amor, a arte e as escolhas que fazemos ao longo da vida.
“Folhas secas sob a poça d água marcaram o nosso primeiro dia na sala de ensaio. Era um sinal que ali estava guardado o tesouro de nossa criação. Nela imergimos um corpo vazio, despido de impossibilidades ou de qualquer outro tipo de rigidez, nele, surgiram fragmentos de uma Frida fora da pintura, fora das fotografias, da mitificação na qual foi transformada. A Deusa, vestida de Tehuana, está no imaginário das mulheres que sonham em se reinventar na busca de um novo sentido para a vida. A desmedida é a medida exata para explorar caminhos não percorridos. Os extremos e as contradições nos levaram a subir os 285 degraus da Pirâmide do Sol em Teotihuacan (centro urbano da era pré-colombiana a 48 Km da Cidade do México), para um encontro significativo e inspirador com as raízes mexicanas que Frida tanto valorizava.”, relembra o diretor, Luiz Antonio Rocha.
A peça fala ainda da influência que a marchand e milionária Dolores Olmedo Patiño (1908–2002) exerceu sobre o pintor Diego Rivera (1886–1957), marido e grande amor da vida de Frida Kahlo. Dolores, modelo e “melhor amiga” de Rivera, com seu poder econômico e influência social, foi responsável por preservar um grande acervo e difundir a obra do casal de pintores. Mas Dolores e Frida nunca foram as melhores amigas. Eram duas mulheres apaixonadas pelo mesmo homem — uma, colecionadora de arte; outra, a expressão da própria arte.
A Montagem
Fundada basicamente na comunicação entre atriz e plateia, a encenação é “seca”. Ocupam o palco apenas uma mesa alta – uma espécie de andaime — e três cadeiras. Este mobiliário, manipulado pela atriz, terá múltiplas funções ao longo da ação. O espetáculo começa com um prólogo em que a exuberante Dolores Olmedo (também vivida por Rose Germano), fala ao público sobre suas experiências com Diego Rivera, e relembra Frida com um certo desdém e ironia.
Em seguida, com uma troca de roupa, Rose Germano assume a identidade de Frida Kahlo. A narrativa “começa pelo final”, trazendo inicialmente os momentos de grande sofrimento e decadência física de Frida, às voltas com o alcoolismo, o tabagismo e fortes dores pelo corpo. Ao longo da peça, a ação transita para uma cena mais leve e colorida, simbolizando as fases mais felizes e saudáveis da vida da pintora.
As quatro trocas de roupa da atriz são aparentes, nada acontece fora da visão do espectador. Ilustram ainda a cena algumas projeções, entre elas um vídeo de “O Gordo e o Magro”, uma das maiores diversões de Frida, que era fã da dupla.
O violonista Pedro Silveira está todo o tempo em cena, e alterna canções tradicio nais mexicanas com trilhas incidentais que pontuam a ação. A peça recebeu o convite dos diretores artísticos Gustavo Paso e Luciana Fávero, por ter as características primordiais para o projeto de ocupação Teatro Gláucio Gil, que é levar ao público espetáculos de qualidade para a cena carioca.
Sobre Frida Kahlo
A mais importante pintora mexicana do século XX teve uma existência breve, mas intensa. Conhecida por suas obras de estilo único, carregadas de um sentimento nacionalista, foi marcada também por uma trajetória de grande sofrimento físico, um forte ideário político e um tumultuado casamento de 25 anos com o também artista Diego Rivera.
Símbolo do feminismo e da liberdade, fez sua catarse na pintura e no diário pessoal, em que deixou um mundo inesgotável de referências. Atingiu a consagração pelo mérito excepcional de sua obra, por sua vida incomum, sua capacidade de ser a artífice da imagem que queria perpetuar de si mesma, deixando marcas de exotismo, ambiguidade e excentricidade.
Frida Kahlo é uma das pintoras mais prestigiadas do mercado internacional de arte — mais de cem livros foram escritos sobre ela. Vários museus pelo mundo expõem o trabalho de Frida, mas é o Museu Dolores Olmedo Patiño que detém a maior parte de sua obra.
Ficha Técnica
Dramaturgia: Luiz Antonio Rocha e Rose Germano
Encenação: Luiz Antonio Rocha
Idealização: Cia Espaço Cênico
Atriz: Rose Germano
Músico: Pedro Silveira
Iluminação:Aurélio de Simoni
Cenário, Figurinos e Direção de Arte: Eduardo Albini
Trilha Sonora: Marcio Tinoco
Direção de Movimento: Norberto Presta
Direção de Produção: Luiz Antonio Rocha e Rose Germano
Produção Executiva: Flavia Frias
Consultoria Leis de Incentivo e Prestação de Contas: Alexandre Almassy
Assessoria Jurídica: Leo Camacho
Realização: Espaço Cênico Produções Artísticas
Assessoria de Imprensa: JS Pontes Comunicação
Sinopse do espetáculo
Um monólogo livremente inspirado no diário e na obra de Frida Kahlo. Fragmentos da vida
e do pensamento de uma mulher à frente do seu tempo.
e do pensamento de uma mulher à frente do seu tempo.
Serviço:
“Frida Kahlo - A Deusa Tehuana”
Estreia: 25 de outubro (sábado), às 20h
Temporada: De 25 de Outubro a 14 de dezembro
Onde: Teatro Glaucio Gil - Praça Cardeal Arcoverde, s/nº, Copacabana / RJ
Quando: Sábado, Domingo e Segunda às 20h
Quanto: R$ 30,00 (inteira) e R$ 15,00 (meia)
Horário da bilheteria: de Segunda a Domingo das 16h às 20h | Tel: (21) 2332 7904
Horário da bilheteria: de Segunda a Domingo das 16h às 20h | Tel: (21) 2332 7904
Duração: 75 min | Gênero: Drama | Capacidade: 125 lugares | Classificação Etária: 16 anos


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